ROBERT MERTON



Robert Merton
Profecia Autorrealizável
Nasceu em: 1910
Faleceu em: 2003






Royal Society
Robert King Merton, nascido na Filadélfia em 1910 e falecido em 2003, foi um sociólogo estadunidense considerado um teórico fundamental da burocracia, da sociologia da ciência e da comunicação de massa. Talvez mais conhecido por ter cunhado a expressão "profecia autorrealizável", um conceito nevrálgico para a sociologia moderna que descreve o processo de alteração de um resultado final fático por força de uma crença ou expectativa, correta ou incorreta. Também criou o conceito de grupo de referência. Na sociologia da ciência, ganhou notoriedade ao fazer uma análise weberiana do nascimento da ciência na Inglaterra do século XVII, destacando o papel da ética protestante na criação da Royal Society. Merton desenvolveu também os quatro imperativos institucional. Trata-se de um conjunto de ideais que, segundo Merton, devem fundamentar os objetivos e métodos da ciência e que compõem o ethos científico.
Universidade de Columbia - EUA
Merton passou a maior parte de sua vida acadêmica ensinando na Universidade de Columbia nos Estados Unidos, apesar de ter lecionado também em outras instituições, como na Universidade de Harvard.
Merton experimentou durante sua vida acadêmica, num intervalo de 25 anos grande transição quanto a sua perspectiva sociológica, do funcionalismo adotado na “Social Theory and Social Structure” em 1949, para o reconhecimento do valor teórico da análise estruturalista no estudo da estrutura de oportunidades em 1975, a qual acabou por adotar, e tornou predominante em seus trabalhos.
A crítica central de Merton ao funcionalismo, inclusive àquele adotado por Parsons, estava centralmente apoiada nos pressupostos de tal teoria; se direciona a três postulados desta que Merton acreditava não serem necessários para a análise, e que por isso negava: o postulado da unidade funcional, o postulado de um funcionalismo universal, e finalmente o postulado de uma necessidade funcional. Nas palavras de Merton: “Substantially, these postulates hold first, that standardized social activities or cultural items are functional for the entire social or cultural system; second, that all such social and cultural items fulfill sociological functions; and third, that these items are consequently indispensable”. (Merton [1949b] 1968: 79).
Para ele a presunção trazida pelo primeiro postulado, de que a sociedade como um todo integrado não seria um pressuposto, mas uma questão empírica, para a solução da qual teria de haver uma análise pormenorizada da integração, forma, níveis, etc. de unidades menores que a compõem. Por isso, para o autor, o interesse está direcionado não para o sistema social em sua completude, mas muito mais para as diferentes amostras de organização social.

O segundo, por sua vez, traz a ideia de que todo fenômeno social preenche uma função positiva na integração do sistema total. Merton acredita que tal assertiva não poderia ser aceita levianamente, uma vez que há fenômenos que nada fazem em prol da integração ou sobrevivência do sistema, ou até mesmo lhe são danosos. Ele luta então, por uma análise dos diferentes efeitos que os fenômenos sociais poderiam ter, e seu saldo.
Finalmente, o postulado da necessidade funcional não se sustenta em seu pressuposto de que todo fenômeno social ou cultural preenche uma função específica, uma vez que frequentemente há alternativas para um fenômeno social, que preenchem a mesma função.
Merton reivindica a mudança do foco de análise da sociedade como um todo, para as unidades menores internas a ela que a compõem. A forma de organização dos grupos dentro da estrutura social, e para os indivíduos poderia ter consequências inteiramente diversas; critica ainda que o funcionalismo considera por princípio a existência do sistema social como inicialmente dado, e assim volta o olhar para funções mantenedoras dessa ordem. Para Merton, porém, não se podem presumir simplesmente as consequências positivas de um fenômeno dessa forma. Tem de ser avaliado, se se tratam antes de consequências positivas (funções), negativas (disfunções) ou neutras; e mais, os diferentes efeitos oriundos dos fenômenos sociais têm de ser contabilizados, também, com uma perspectiva dos níveis, áreas, ou grupos do sistema total, e não apenas desse último em seu todo.
Também não é suficiente se restringir a análise das funções manifestas evidentes, deixando de abordar possíveis funções latentes. Finalmente, determinadas funções podem ser propositais, enquanto outras podem ser acidentais, geradas de forma inesperada a partir da ação dos atores sociais, que serão depois caracterizadas como condições da ação não vislumbradas nas ações teleologicamente orientadas dos atores.
A partir da crítica ao funcionalismo e suas simplificações, Merton adota uma postura nitidamente estruturalista, se ocupando com o significado de disfunções, conflitos e contradições resultantes da organização específica da estrutura social. O foco é transferido para as limitações da ação humana ocasionadas pela estrutura.



Os principais livros escritos por Merton foram:
·         Ensaios de Sociologia da Ciência

·         Ambivalência Socióloga

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