Maximilian Carl Emil Weber
Fundador da teoria da burocracia
Nasceu em: 1864
Faleceu em: 1920
Maximilian Carl Emil Weber nasceu
na cidade de Erfurt (Alemanha) em 21 de abril de 1864. Primogênito dentre
os sete irmãos, aos dezoito anos (1882) matriculou-se na Faculdade de Direito
da Universidade de Heidelberg, onde seu pai havia estudado, frequentando também
cursos de economia politica, história e teologia. Dois anos depois, em
1884, voltou para casa paterna e se transferiu para a Universidade de Berlim, onde obteve, cinco anos (1889)
mais tarde, o doutorado em Direito e em 1891 a tese
de habilitação, ambos com escritos da história do direito e da economia.
Em
1893, com apenas 29 anos, casou-se com Marianne Schnitger, que mais tarde se tornaria uma
feminista e estudiosa, bem como curadora póstuma das obras de seu marido.*
Foi
nomeado professor de Economia nas universidades de Freiburg em 1894 e de Heidelberg
em 1896.
Entre
1897 ä 1901 a vida de Max Waber sofreu alguns impactantes picos que acarretou
no seu afastamento de suas atividades, por exemplo a morte do seu pai e logo
uma aguda depressão, de modo que do final de 1898 ao final de 1902 não realizou
atividade regulares de ensino ou cientificas. Neste período ele esteve em
alguns sanatórios e fez diversas viagens pela Europa tendo ficado vários meses
na cidade de Roma, aonde recuperou as forças.
Curado,
no Outono de 1903 renunciou ao cargo de professor e aceitou uma posição como
diretor-associado do recém-nascido Archiv für
Sozialwissenschaft und Sozialpolitik(Arquivos de Ciências
Sociais e Política Social), com Edgar Jaffé e Werner Sombart como colegas: nesta revista
publicaram em duas partes, em 1904 e 1905, o artigo-chave A Ética
Protestante e o Espírito do Capitalismo.
Naquele
mesmo ano, visitou os Estados Unidos. Graças a uma enorme renda privada
derivada de uma herança em 1907, ainda conseguiu se dedicar livremente e em
tempo integral aos seus estudos, passando da economia ao direito, da filosofia
à história comparativa e à sociologia, sem ser forçado a retornar à docência.
Sua pesquisa científica abordou questões teórico-metodológicas cruciais e
tratou complexos estudos histórico-sociológicos sobre a origem da civilização
ocidental e seu lugar na história universal.
Durante
a Primeira
Guerra Mundial (1914-1918),
serviu como diretor de hospitais militares de Heidelberg e ao término do conflito, voltou
ao ensino da disciplina de economia, primeiro em Viena e
em 1919 em Munique, onde dirigiu o primeiro instituto
universitário de sociologia na Alemanha.
Em 1918
ele estava entre os delegados da Alemanha em Versalhes para a assinatura do tratado de
paz e foi conselheiro para os redatores da Constituição da República
de Weimar.
No ano
de 1920, aos 56 anos, Max Weber foi diagnosticado com pneumonia, logo falecendo
no em junho do mesmo ano na cidade de Munique, Alemanha. Encontra-se sepultado
no Cemitério
de Bergfriedhof de Heidelberg, em Baden-Württemberg na Alemanha.
Nota*: Por mais que Marianne Schnitger tenha sido
casada e curadora das obras póstumas de seu marido, Max Weber, hoje
leva muitos especialistas a revisarem a importância do amor e do erotismo em
suas obras, já que a descoberta e publicação de suas correspondência intimas
revelou seus relacionamentos com Else Von Richtoffen e Mina Tobler.
A burocracia, segundo Max Weber
A burocracia precisa detalhar antecipadamente e
minuciosamente como as coisas deverão ser feitas mas acaba se esquecendo dos
aspectos variáveis que se devem ser considerados, o que na sua negligência
acaba trazendo diversas disfunções na realização de ações especificas Segundo
Weber, a burocracia tem os seguintes princípios fundamentais:
- Formalização:
existem regras definidas e protegidas da alteração arbitrária ao serem
formalizadas por escrito.
- Divisão do
trabalho: cada elemento do grupo tem uma função específica, de forma a
evitar conflitos na atribuição de competências.
- Hierarquia: o
sistema está organizado em pirâmide, sendo as funções subalternas controladas
pelas funções de chefia, de forma a permitir a coesão do funcionamento do
sistema.
- Impessoalidade:
as pessoas, enquanto elementos da organização, limitam-se a cumprir as
suas tarefas, podendo sempre serem substituídas por outras - o sistema, como
está formalizado, funcionará tanto com uma pessoa como com outra.
- Competência
técnica e Meritocracia: a escolha dos funcionários e cargos depende
exclusivamente do seu mérito e capacidades - havendo necessidade da
existência de formas de avaliação objetivas.
- Separação
entre propriedade e administração: os burocratas limitam-se a administrar
os meios de produção - não os possuem.
- Profissionalização
dos funcionários.
- Completa
previsibilidade do funcionamento: todos os funcionários deverão
comportar-se de acordo com as normas e regulamentos da organização a fim
de que esta atinja a máxima eficiência possível.
Disfunções da Burocracia:
- Internalização
das regras: Elas passam a de "meios para os fins", ou seja, às
regras são dadas mais importância do que às metas.
- Excesso de
Formalismo e papelatório: Torna os processos mais lentos.
- Resistências
às Mudanças.
- Despersonalização:
Os funcionários se conhecem pelos cargos que ocupam.
- Categorização
como base no processo decisorial: O que tem um cargo maior, toma decisões,
independentemente do que conhece sobre o assunto.
- Superconformidade
as Rotinas: Traz muita dificuldade de inovação e crescimento.
- Exibição de
poderes de autoridade e pouca comunicação dentro da empresa.
- Dificuldade
com os clientes: o funcionário está voltado para o interior da
organização, torna dificil realizar as necessidades dos clientes tendo que
seguir as normas internas.
- A Burocracia
não leva em conta a organização informal e nem a variabilidade humana.
Uma dada empresa tem sempre um maior ou
menor grau de burocratização, dependendo da maior ou menor observância destes
princípios que são formulados para atender à máxima racionalização e eficiência
do sistema social (por exemplo, a empresa) organizado.
Escritos e Obras
Dentre
as influências que a obra de Weber manifesta, podemos enxergar também seu
diálogo com filósofos como Immanuel Kant e Friedrich
Nietzsche e
com alguns dos principais sociólogos de seu tempo, como Ferdinand
Tönnies, Georg Simmel e Werner Sombart, entre outros.
Dentre as principais obras do autor -
organizadas postumamente pela sua esposa Marianne Weber - constam os seguintes
títulos:
- 1889: A história das companhias comerciais na idade média
- 1891: O direito agrário romano e sua significação para o direito público e privado
- 1895: O Estado Nacional e a Politica Econômica
- 1804: A objetividade do conhecimento na ciência politica e na ciência social
- 1904: A ética protestante e o espírito do capitalismo
- 1905: A situação da democracia burguesa na Rússia
- 1905: A transição da Rússia a um regime pseudoconstitucional
- 1906: As seitas protestantes e o espírito do capitalismo
- 1913: Sobre algumas categorias da sociologia compreensiva
- 1917/ 1920: Ensaios Reunidos de Sociologia da Religião
- 1917: Parlamento e Governo na Alemanha reordenada
- 1917: A ciência como vocação
- 1918: O sentido da neutralidade axiológica nas ciências políticas e sociais
- 1918: Conferência sobre o Socialismo
- 1910/ 1921: Economia e Sociedade
Dentre seus escritos mais conhecidos
destacam-se A ética protestante e o espírito do capitalismo (1904),
a obra póstuma Economia e Sociedade (1920), A ciência como
vocação (1917) e A política como vocação (1919)
A
principal obra de Max Weber
A ética protestante e o espirito do capitalismo
A
obra é composta de cinco capítulos, distribuídos em duas partes (que
correspondem aos dois artigos já citados).
· O
capítulo inicial discute a relação entre "Confissão religiosa e
estratificação social" na Alemanha. Partindo de diversos estudos
estatísticos de seu país, Weber verifica uma relação entre crença religiosa e
tipo de atividade econômica. Ele constatou que proprietários do capital,
empresários e mão de obra qualificada, eram, em regra, de origem protestante.
No campo da educação, por sua vez, católicos tinham inclinação para uma
educação humanística, enquanto os protestantes preferiam uma educação de tipo
técnico. Qual a razão para essa tendência para o racionalismo econômico por
parte dos protestantes?
· Visando
explicar a razão desse fenômeno, no capítulo seguinte, Weber apresenta sua
definição de "Espírito do capitalismo". É aqui que ele
define seu objeto de pesquisa, considerado por ele uma "individualidade
histórica". Evitando dar definições abstratas, ele escolhe como exemplo
desta forma de comportamento as máximas de Benjamin Franklin: tempo é dinheiro, crédito é
dinheiro, dinheiro é fértil por natureza, o bom pagador sempre terá crédito, as
mínimas ações afetam o crédito, etc. Nestas regras ele vê a manifestação de um
certo espírito moral ou ethos: a ideia da profissão como dever e da necessidade
de se dedicar ao trabalho produtivo como fim em si mesmo. Essa forma de encarar
diferenciava-se claramente do tradicionalismo econômico, pois aqui o indivíduo
apena se dedicava ao trabalho enquanto algo necessário, mas não como um valor
intrínseco, um fim em si mesmo. O tradicionalismo foi o grande inimigo do
espírito do capitalismo. Ao final do capítulo Weber distingue claramente entre
a "forma" e "espírito" do capitalismo, afirmando que vai tratar apenas do
primeiro desses elementos. Ele também negou qualquer tipo de ligação necessária
(ou não histórica) entre a forma do capitalismo e o seu espírito.
· Isso
o leva às raízes religiosas dessa forma de ação e à análise
do "Conceito de vocação em Lutero". Analisando a tradução
que Lutero fez
da Bíblia e do termo "profissão" ou "vocação" (em alemão
Beruf) ele diz estar aí presente uma ideia nova: a de uma missão dada por Deus.
Lutero teve um papel fundamental na origem do espírito do capitalismo ao levar
a ascese dos monges para a prática cotidiana. Dessa forma ele confere um valor
religioso ao trabalho. O senso de dever e disciplina que o monge pratica fora
do mundo (ascese extramundana) passou a ser exigida de todo e qualquer leigo
cristão dentro do mundo (ascese intramundana). Mas, em Lutero o tipo de
profissão exercido pelo indivíduo ainda era concebido de forma tradicionalista.
Não era objetivo de Lutero dar sustentação ideológica ao capitalismo nascente,
pois a influência de suas teses é concebida por Weber como uma consequência não
premeditas por ele. Não obstante, Weber quer averiguar qual a "afinidade
eletiva" entre a moral protestante e a conduta capitalista.
· Na
segunda parte do livro "Os fundamentos religiosos da ascese
intramundana" ele analisa os principais ramos do protestantismo
posterior a Lutero também chamado de "protestantismo ascético" ou
"puritanismo". De um lado estão as seitas
que aceitam a tese da predestinação (segundo a doutrina de [João Calvino], Deus escolhe quem será salvo,
independente dos méritos e conhecimentos dos indivíduos), como é o caso
do calvinismo, do pietismo e
do metodismo. Um segundo portador importante do
puritanismo são os grupos anabatistas que apregoam a necessidade de
separar puros e impuros e, por isso, rebatizar todos os cristãos adultos. Em
ambos os casos o indivíduo tinha que provar sua qualificação religiosa com base
no trabalho árduo, sério, honesto e disciplinado.
· As
consequências econômico-sociais de todo esse processo são analisadas no último
capítulo chamado de "Ascese e capitalismo". Neste
capítulo Weber demonstra como essas crenças religiosas modificaram a visão
religiosa que se tinha da riqueza. Ela nunca poderia ser um fim em si mesma,
mas agora ela era considerada como uma comprovação da honestidade e idoneidade
religiosa do indivíduo. Nunca a riqueza tinha sido vista de forma tão positiva.
A partir dessa crença a dedicação ao esporte, as artes e outras atividade era
considerada uma falha com a principal obrigação da vida: trabalhar. A religião
protestante contribuiu assim para formar o moderno homem de negócios e mesmo o
trabalhador dos tempos atuais: "ela fez a cama para o homem econômico
moderno" (p.158). O espírito profissional dos tempos modernos tem sua raiz
na moral religiosa puritana. Em outros termos, apesar de atualmente estar
apagada, a motivação religiosa está por detrás do impulso aquisitivo que está
na base da conduta capitalista.







ta igual do wikipedia bjs
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